Rui promete ao PP ficar neutro em eleição na AL-BA caso haja confronto com PSD
O governador Rui Costa (PT) prometeu ficar isento na eleição pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), se não houver acordo por um candidato único na base aliada, e o pleito for decidido em uma disputa entre PP e PSD.
O compromisso foi feito pelo governador em conversas com lideranças do PP. A reportagem conversou com quadros do partido, que confirmaram o trato em condição de anonimato.
A promessa marca uma importante virada no discurso do governador sobre a eleição para o Legislativo estadual. Até então, o petista vinha defendendo publicamente o cumprimento do acordo selado em dezembro de 2018, pelo qual Adolfo Menezes (PSD) deveria assumir a presidência no biênio 2021-2022. “Se alguém quer fazer acordo pra não cumprir, não me chame pra ser testemunha dele”, disse, enfaticamente, em setembro do ano passado (relembre), ao ser questionado sobre a recusa do PP em cumprir com o trato.
De lá para cá, no entanto, os ventos mudaram. O discurso de impor que o acordo seria executado a qualquer custo não funcionou - mesmo com impossibilidade de reeleição do atual presidente Nelson Leal, o PP não abriu mão de lançar candidato. Diante de um iminente racha entre os principais partidos da base aliada, o governador passou a defender um nome de consenso, não importando mais tanto se este quadro será Adolfo Menezes e se virá do PSD.
O Bahia Notícias apurou que, para assegurar que ficaria isento, o governador pediu uma concessão ao PP, atendida pelo partido. Inicialmente, o preferido da sigla para sucessão de Nelson Leal era o deputado Robinho. Rui argumentou que seria mais fácil adotar posição de neutralidade se o candidato tivesse perfil mais “palatável”, já que Robinho é conhecido pela posição de independência e pelas críticas mais contundentes ao governo estadual.
O PP, então, submeteu os nomes dos deputados Antônio Henrique Jr. e Niltinho ao crivo do petista. Rui assentiu e disse que, com qualquer um dos dois, ficaria mais fácil assumir a neutralidade porque eles possuem perfis menos combativos e mais agregadores. A sigla optou por Niltinho.
Na prática, o governador agora cavou para si uma equação que parece ainda mais delicada de ser resolvida porque envolve dois acordos. O primeiro, com o PSD e Adolfo Menezes. O mais novo, com o PP. E os interesses envolvidos entre os elementos desta equação são antagônicos.
Vice-governador da Bahia e presidente do PP no estado, João Leão é entusiasta da isenção, principalmente por não acreditar na possibilidade de consenso com o PSD (leia aqui). “Nós fizemos a sugestão da isenção ao governador. Ele está conversando com os companheiros, com as lideranças para ver como proceder”, disse.
Para o deputado federal Cacá Leão (PP) a neutralidade é importante porque evita possíveis rupturas dentro da base aliada. “A expectativa é de que ele deixa essa disputa acontecer entre os deputados estaduais para que a gente faça a disputa dentro do campo onde ela precisa ser feita, que é a Assembleia Legislativa da Bahia, para que não fiquem mágoas que acabem se tornando irreversíveis, pensando num projeto maior”, defendeu.
TENTATIVA DE CONSENSO
Nos bastidores, Rui ainda tenta construir acordo com os dois partidos para evitar traumas que respinguem na aliança para as eleições estaduais em 2022. Ele tem feito rodadas de conversas com lideranças de siglas da base aliada em busca de soluções para chegar ao sonhado consenso.
Nesta tentativa, candidatos de outros partidos surgem como alternativas a PP e PSD, já que nenhuma das siglas quer abrir mão de concorrer em prol da outra. Ganham força como “terceira via” Samuel Jr. (PDT), Vitor Bonfim (PL) e Fabrício Falcão (PCdoB) - estes dois últimos, principalmente.
O governador pretende decidir a questão até o próximo domingo (10) - no mais tardar, até o início da próxima semana, asseguram fontes que acompanham o processo. Caso não consiga o acordo, a expectativa é de que o petista venha a público fazer a declaração de neutralidade.
PP MAIS FORTE
Em caso de bate-chapa, o PP tem hoje um cenário mais favorável para eleger Niltinho do que o PSD com Adolfo Menezes.
A avaliação corrente na AL-BA é a de que Niltinho, apesar de deputado em primeiro mandato, é bem articulado, transita bem entre governo e oposição e possui uma posição mais independente em relação a Rui. Este último fator é um atrativo, sobretudo, para a oposição, que, se decidir votar em bloco, tem 17 votos que podem ser decisivos na disputa. Além disso, Niltinho tem apoio do atual presidente Nelson Leal, visto como principal cabo eleitoral do processo. Leal tem ligado pessoalmente para os deputados em busca de votos para o correligionário.
Contra Adolfo, pesa o fato de ser considerado “governista demais”. Apresentando-se como candidato do governador, ele suscita rejeição na bancada oposicionista, que busca um candidato mais independente. BN
Dentro da base aliada, também não é bem visto pelos partidos a possibilidade de o PSD se fortalecer ainda mais, a pouco menos de dois anos para as eleições de 2022. Atualmente, a sigla possui dois senadores, em equilíbrio de forças com PT (governo do estado e um senador) e PP (vice-governador e AL-BA). Caso ganhasse a Assembleia, passaria a ter 3 dos espaços de poder mais importantes da política local.
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