COMISSÃO DE TRANSPORTE COMPLEMENTAR DISCUTE MOBILIDADE RURAL EM FEIRA DE SANTANA
A Comissão Especial de Transporte Complementar da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) realizou, na manhã desta sexta-feira (29), uma audiência pública através da qual foram discutidas questões relativas ao transporte alternativo e a mobilidade rural de Feira de Santana. A iniciativa foi do presidente do colegiado, deputado Robinson Almeida Lula (PT). O encontro, que ocorreu na Associação Comercial do município, reuniu autoridades, motoristas de vans, cobradores de tarifas, moradores da zona urbana e da comunidade rural de Feira de Santana, entre outros membros da sociedade civil. Segundo Robinson Almeida, a audiência pública atendeu a expectativa de aproximação das comunidades rurais de Feira de Santana com o Parlamento baiano, assim como revelou, de forma transparente, o sofrimento da população com a falta de assistência do Poder Público na prestação do serviço de transporte.
“Nós anotamos todas as insatisfações. Buscam fundamentalmente a revisão do atual sistema que entrou em colapso, para que a população tenha assegurado o seu direito de ter um transporte de qualidade, com uma tarifa justa, e poder exercer as suas atividades. Então, a Comissão e a Assembleia vão notificar os órgãos de controle, o Ministério Público, além de cobrar e acompanhar para que providências sejam tomadas pelo poder executivo municipal”, afirmou.
Presente no encontro, o deputado federal Zé Neto (PT) reafirmou o compromisso com a categoria do transporte complementar. Conforme anunciou o parlamentar, um projeto de lei será elaborado e apresentado ao Congresso Nacional para que todos os municípios brasileiros possuam sistema complementar de vans. “Precisamos fortalecer esse sistema para ele não desaparecer. O sistema do transporte coletivo é importante. Hoje saio daqui mais triste por conhecer mais a fundo esse tema tão sensível. Mas ao mesmo tempo ter acesso aos desafios destas pessoas batalhadoras nos dá energia para trabalhar e lutar para mudar essa realidade”, ressaltou.
Durante o evento, os participantes fizeram inúmeras críticas ao sistema de transporte de Feira de Santana. Segundo o vereador Silvio Dias, o transporte coletivo via ônibus não atende às necessidades de locomoção das pessoas, sendo especialmente necessária a utilização das vans para se transitar. “O transporte público é feito por vans, transporte clandestino. É a realidade. Os transportes públicos não são confiáveis, quebram. A prefeitura não tomou nenhuma atitude para mudar isso. O que nós vimos nos últimos anos foi a destruição do transporte público”, disse.
Ainda de acordo com Dias, a prefeitura de Feira de Santana havia destinado R$ 100 milhões para a construção de um o VLT, entretanto, até hoje a população não conta com o novo modal. “A prefeitura gastou ainda R$ 300 mil em recursos para fazer uma auditoria do transporte público e até hoje não se tem resultado. Denunciamos ao MP e até hoje não temos resultados. E a população da zona rural sofre”, lamentou.
Para o vereador Ivamberg, o direito de locomoção das pessoas que vivem na comunidade rural de Feira de Santana tem sido mitigado. Além disso, segundo o edil, o problema do transporte tem afetado o desenvolvimento profissional de parcela da população, sobretudo os estudantes universitários. “Só as pessoas que estão sem transporte sabem a dor de não poder se locomover. A falta de transporte das 22h às 23h tem afetado principalmente os estudantes do ensino superior. Sem transporte, eles vão sair da aula e dormir na rua? Ou vão ter que abandonar seus sonhos?”, indagou.
Segundo Adriana Lima, representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, as comunidades rurais têm sido excluídas pela falta de acessibilidade. “O transporte público deixa a desejar. Não atende a zona rural. Para as comunidades que possuem transporte, a qualidade é muito ruim. Pessoas ficam penduradas nos ônibus, de tão cheio que os ônibus andam”, criticou.
O representante da comunidade Quilombola Candeal 2, José das Virgens, por sua vez, chamou a atenção para a necessidade do investimento em infraestrutura. Segundo das Virgens, o acesso às comunidades rurais são em sua maioria chão de barro, o que gera transtornos para os motoristas dos transportes clandestinos em dias de chuva. “Quando chove o caminho vira lama. Se o carro passa na lama ele atola e isso acaba danificando o veículo”, argumentou.
Para o presidente da Associação dos Condutores Autônomos do Transporte Alternativo, Fretamento e Escolar do Município de Feira (Ascotrafs), Raimundo Souza, outros temas correlatos também preocupa a categoria dos trabalhadores do transporte complementar e acabam resvalando na população. Segundo Souza, o preço do combustível está demasiadamente alto; muitos motoristas de vans estão devendo multas altíssimas; e tem sido necessária a modernização do sistema do pagamento de tarifas, incluindo a opção da bilhetagem eletrônica para os passageiros.
Além dos já citados, representantes de comunidades rurais também participaram do encontro. Tudo o que foi discutido na audiência pública terá encaminhamentos específicos nas reuniões ordinárias da ALBA.
Política.
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